Avaliação das potenciais interações de medicamentos orais prescritos em uma unidade de transplante renal e hepático
DOI:
https://doi.org/10.30968/rbfhss.2023.143.0924Resumo
Objetivo: Identificar, quantificar e classificar, de acordo com o grau de gravidade, as interações medicamentosas potenciais (IMP) presentes nas prescrições de medicamentos orais de pacientes internados em unidade de transplante. Métodos: Trata-se de um estudo transversal descritivo e retrospectivo realizado a partir das prescrições de pacientes internados em uma unidade de transplante renal e hepático. Onde foram coletados dados de 831 prescrições e deste total, selecionadas 223, as quais foram submetidas ao rastreamento de possíveis interações do tipo medicamento-medicamento pela ferramenta online Micromedex®. Resultados: As prescrições selecionadas apresentaram entre 1 e 21 medicamentos (média de 8 ± 4), sendo identificadas 216 interações medicamentosas potenciais; deste total, foram encontrados os seguintes resultados quanto à gravidade desses potenciais eventos: maior (62,03 %), moderada (31,94 %) e menor (6,01%). Através da análise realizada, um total de 66,66% (n=46) dos pacientes avaliados, apresentou potenciais interações medicamentosas em suas prescrições, com média de 3,13 IMP por paciente. Foi possível observar que mais de 50% dos pacientes obtiveram interações medicamentosas potenciais em suas prescrições, dentre as quais os imunossupressores foram envolvidos em 49,52% do total de interações. Conclusão: Foi possível observar que a alta frequência das interações medicamentosas potenciais nos pacientes transplantados ocorre possivelmente devido a quantidade de medicamentos prescritos concomitantemente, em razão das diversas comorbidades que estes pacientes apresentam, pois quanto maior o número de fármacos prescritos, maior a probabilidade de haver este tipo de interação. As IMP mais presentes foram de gravidade maior, o que ressalta a importância do monitoramento do paciente para a tomada de decisão adequada pelo corpo clínico promovendo segurança ao paciente.
Downloads
Referências
Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (ADOTE). Informe-se, 2021. Disponível em: https://www.adote.org.br/informe-se. Acesso em: 01 de março de 2022.
Ministério da Saúde. Portaria Conjunta nº 5, de 22 de junho de 2017. Aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Imunossupressão no Transplante Hepático em Adultos. Disponível em: . Acesso em: 13/03/2022.
Kahan BD, Koch SM. Current immunosuppressant regimens: considerations for critical care. Current opinion in critical care. 2001;7(4): 242-250. DOI: 10.1097/00075198-200108000-00006.
Leone R, Magro L, Moretti U, et al. Identifying adverse drug reactions associated with drug-drug interactions: data mining of a spontaneous reporting database in Italy. Drug Saf; 33:667-75. DOI: 10.2165/11534400-000000000-00000.
Pirmohamed M. Drug-drug interactions and adverse drug reactions: separating the wheat from the chaff. Wiener klinischeWochenschrift. 2010; 122(3): 62-64. DOI: 10.1007/s00508-010-1309-1.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 47 de 08 de setembro de 2009. Estabelece regras para elaboração, harmonização, atualização, publicação e disponibilização de bulas de medicamentos para pacientes e para profissionais de saúde. Disponível em: https://mooc.campusvirtual.fiocruz.br/rea/medicamentos-da-biodiversidade/RDC_47_09.pdf. Acessado em 02 de março 2022.
Monteiro C, Marques FB, Ribeiro CF. Interações medicamentosas como causa de iatrogenia evitável. Rev Port Clin Geral. 2007;23:63-73. DOI: 10.32385/rpmgf.v23i1.10322.
Grattagliano I, Portincasa P, D’Ambrosio G, et al. Avoiding drug interactions: Here’s help. J Fam Pract. 2010;59(6):322-9. PMID: 20544064.
Akbulut M, Urun Y. Onco-cardiology: Drug-drug interactions of antineoplastic and cardiovascular drugs. Crit Rev Oncol Hematol. 2020;145:102822. DOI: 10.1016/j.critrevonc.2019.102822.
Al-hajje AH, Atoui F, Awada S, et al. Drug-related problems identified by clinical pharmacist’s students and pharmacist’s interventions. Ann Pharm Fr. 2012;70(3):169-176. DOI: 10.1016/j.pharma.2012.02.004.
Melgaço TB, Carrera JS, Nascimento DEB, et al. Polifarmácia e ocorrências de possíveis interações medicamentosas. Rev Para Med. 2011;25(1). ID: lil-609164.
IBM Micromedex® Solutions. Drug Interactions Policy. Disponível em: https://www.ibm.com/downloads/cas/ZVLXDL7X. Acesso em: 20 de agosto de 2022.
Micromedex®. Truven health analytics LLC. April de 2017. Disponível em: https://www.periodicos.capes.gov.br/images/documents/Micromedex%20UserGuide.pdf. Acesso em: 09 de agosto de 2022.
Word Health Organization Collaborating Centre For Drug Statistics Methodology (WHOCC). Anatomical Therapeutic Chemical Classification (ATC Code). Disponível em: https://www.whocc.no/atc_ddd_index/. Acesso em: 01 de junho de 2022.
Miot HA. Tamanho da amostra em estudos clínicos e experimentais. Jornal Vascular Brasileiro. 2011;10:275-278. DOI: 10.1590/S1677-54492011000400001.
Baba RK, Vaz MSMG, Costa J. Agrometeorological data correction using statistical methods. Rev Bras Meteorol. 2014;29(4):515-526. DOI: 10.1590/0102-778620130611.
Astagraf XL (tacrolimus). Astellas Pharma US, Inc. Disponível em: https://www.astellas.com/us/system/files/astagrafxl-prescribing-information.pdf. Acessado em: 02 de Agosto 2022.
Lo A, Egidi MF, Gaber LW, et al. Observations on the use of sirolimus and tacrolimus in high-risk renal transplant recipients. Transplant Proc. 2003; 35(3):S105-S108. DOI: 10.1016/s0041-1345(03)00238-0.
RAPAMUNE (sirolimus). Wyeth Pharmaceuticals. Disponível em: https://dailymed.nlm.nih.gov/dailymed/drugInfo.cfm?-setid=3275b824-3f82-4151-2ab2-0036a9ba0acc. Acesso em: 02 de agosto 2022.
Zuo X, Zhou Y, Zhang B, et al. Effect of CYP3A5*3 polymorphism on pharmacokinetic drug interaction between tacrolimus and amlodipine. Drug Metabolism Pharmacokinet. 2013;28(5):398-405. DOI: 10.2133/dmpk.dmpk-12-rg-148.
Bremer SCB, Reinhardt L, Sobotta M, et al. Pantoprazole Does not Affect Serum Trough Levels of Tacrolimus and Everolimus in Liver Transplant Recipients. Front Med. 2018;5:320. DOI: 10.3389/fmed.2018.00320.
Tran-duy A, Connell NJ, Vanmolkot FH, et al. Use of proton pump inhibitors and risk of iron deficiency: a population-based case-control study. J Intern Med. 2019;285(2):205-214. DOI: 10.1111/joim.12826.
Mudge DW, Atcheson B, Taylor PJ, et al. The effect of oral iron administration on mycophenolate mofetil absorption in renal transplant recipients: a randomized, controlled trial. Transplantation. 2004;77(2):206-209. DOI: 10.1097/01.TP.0000100446.44001.00.
Lorenz M, Wolzt M, Weigel G, et al. Ferrous sulfate does not affect mycophenolic acid pharmacokinetics in kidney transplant patients. Am J Kidney Dis. 2004;43(6):1098-1103. DOI: 10.1053/j.ajkd.2004.03.021.
Ducray PS, Banken L, Gerber M, et al. Absence of an interaction between iron and mycophenolate mofetil absorption. Br J Clin Pharmacol. 2006;62(4):492-5. DOI: 10.1111/j.1365-2125.2005.02541.
Moura CS, Ribeiro AQ, Magalhães SMS. Avaliação de interações medicamentosas potenciais em prescrições médicas do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil). Lat Am J Pharm. 2007;26(4):596-601.
Drug Interactions Checker. Drug information Online. Disponível em: https://www.drugs.com/drug_interactions.html. Acesso em: 01 de junho de 2022.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Autores

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os autores transferem, atribuem ou transmitem à RBFHSS: (1) o direito de conceder permissão para republicar ou reimprimir o material indicado, no todo ou em parte, sem taxa; (2) o direito de imprimir cópias republicadas para distribuição gratuita ou venda; e (3) o direito de republicar o material indicado em qualquer formato (eletrônico ou impresso). Além disso, o abaixo assinado afirma que o artigo descrito acima não foi publicado anteriormente, no todo ou em parte, não está sujeito a direitos autorais ou outros direitos, exceto pelo (s) autor (es), e não foi enviado para publicação em outros lugares, exceto como comunicado por escrito para RHFHSS neste documento.
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença de atribuição Creative Commons Attribution (CC-BY-NC-ND) que permite que outros compartilhem o trabalho com um reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Politica de Auto-arquivamento
Autores tem permissão e são encorajados a submeter o documento final em pdf dos artigos a páginas pessoais ou portais institucionais, após sua publicação neste periódico (sempre oferecendo a referência bibliográfica do item).