Naloxona como gatilho para identificar eventos adversos com opióides em unidades de terapia intensiva pediátricas
DOI:
https://doi.org/10.30968/rbfhss.2019.102.0411Resumo
Objetivo: identificar e classificar Eventos Adversos a Medicamentos (EAM) relacionados a opióides em hospital pediátrico, utilizando naloxona como gatilho, e verificar a incidência de notificação destes eventos ao serviço de farmacovigilância hospitalar. Métodos: estudo descritivo, documental, quantitativo e retrospectivo, realizado em hospital pediátrico em Curitiba/PR. A coleta de dados ocorreu com revisão de prontuário dos pacientes que receberam naloxona entre janeiro de 2015 a junho de 2016. Foram realizadas análises descritivas e Análise de Variância (ANOVA) seguida de teste de Tukey (valor p<0.05 considerado estatisticamente significativo). Resultados: foram encontrados 58 EAM relacionados a opióides (3.2 eventos/mês) e taxa de subnotificação de 93%. Todos os eventos ocorreram em Unidades de Terapia Intensiva (UTI); a maioria dos pacientes era do sexo feminine (51.7%), lactente (51.7%) e hospitalizada em UTI Cardíaca (63.8%). Fentanil foi o opióide mais prescrito (66.2%); apneia (29.31%) e insaturação (20.69%) foram os sinais mais relatados para o uso de naloxona. Todos os EAM com opióides causaram danos temporários aos pacientes e precisaram de intervenção. Porém, apenas 2.8% dos pacientes apresentaram o evento devido à intoxicação por opióide. Os EAM não foram influenciados pelo tipo de opióide, grupo etário ou tipo de patologia dos pacientes. Conclusão: houve incidência maior de EAM relacionados a opioids na UTI Cardíaca e um alto índice de subnotificação destes eventos ao serviço de farmacovigilância. Este estudo destaca a importância do fator humano como possibilidade de causa de EAM em pacientes pediátricos e o desafio de gerenciar a segurança do paciente em instituições de saúde pediátricas.
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