Perfil de gestantes de alto risco e prescrição de medicamentos no pré-natal, internação para o parto e pós-parto

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30968/jhphs.2025.163.1356

Resumo

Objetivo: Descrever o perfil clínico, sociodemográfico e de utilização de medicamentos por gestantes de alto risco acompanhadas no pré-natal, internação hospitalar para o parto e pós-parto imediato. Métodos: Estudo descritivo, retrospectivo, transversal com gestantes de alto risco atendidas em um hospital materno infantil, entre setembro de 2021 e março de 2022. Dados coletados incluíram idade, histórico clínico e reprodutivo, uso de medicamentos, tabaco, álcool ou drogas ilícitas na gestação, parto e pós-parto, complicações clínicas e internação hospitalar durante a gestação, analisados por meio de estatística descritiva. Resultados: Foram analisadas 312 gestantes, com média de 25,6 anos (DP=7,9), ensino fundamental ou médio incompleto (61,5%), multigestas (58%), gravidez não planejada (69,2%) e transtorno psiquiátrico (17,9%) prévio. Complicações clínicas ocorreram em 80% das gestantes, sendo o diabetes gestacional a mais prevalente (37,8%). Durante o pré-natal, 22,8% necessitaram de internação por pré-eclâmpsia (5,1%), controle glicêmico (4,8%) e pielonefrite (3,5%). Todas as mulheres receberam prescrição de medicamentos no pré-natal; com exceção de ácido fólico e sulfato ferroso, o percentual foi de 96,1%. Em média, foram prescritos 9,25 medicamentos (DP=6,06) no pré-natal, 11,06 (DP=4,01) na internação e 8,98 (DP=3,2) no puerpério. Os medicamentos mais prescritos foram sulfato ferroso e insulina NPH no pré-natal; ocitocina e dipirona na internação para o parto; e metoclopramida e paracetamol no puerpério. Conclusão: O elevado uso de medicamentos pode estar relacionado às condições de saúde das gestantes que, se não tratadas, representam riscos para a mãe e feto. Os tratamentos utilizados estão de acordo com a literatura.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Secretaria de Atenção Básica à Saúde. Nota técnica para organização da rede de atenção à saúde com foco na atenção primária à saúde e na atenção ambulatorial especializada: saúde da mulher na gestação, parto e puerpério. São Paulo: Ministério da Saúde;2019.

Ministério da Saúde. Manual de Gestação de Alto Risco. Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2022.

Galato D, Schraiber RB, Lunardi SS, et al. Perfil do uso de medicamentos durante a gravidez de puérperas internadas em um hospital do Brasil. Rev Bras Farm Hosp Serv Saude. 2015;6(1):24-29.

Lupattelli A, Spigset O, Twigg MJ, et al. Medication use in pregnancy: a cross-sectional, multinational web-based study. BMJ Open. 2014;4(2):e004365. doi:10.1136/bmjopen-2013-004365

Blotière PO, Damase-Michel C, Weill A, et al. Dispensing of Potentially Harmful Prescription Drugs in 1.8 Million Pregnant Women in France: A Nationwide Study Based on Two Risk Classification Systems. Drug Saf. 2021;44(12):1323-1339. doi:10.1007/s40264-021-01117-4

Fonseca MR, Fonseca Ed, Bergsten-Mendes G. Prevalência do uso de medicamentos na gravidez: uma abordagem farmacoepidemiológica. Rev Saude Publica. 2002;36(2):205-212. doi:10.1590/s0034-89102002000200013

Ministério da Saúde. Caderno dos programas nacionais de suplementação de micronutrientes. Brasília: Ministério da Saúde; 2023.

Santos SLF, Alves HHS, Barros KBNT. Avaliação dos indicadores de prescrição em gestantes de alto risco de um serviço de referência. Rev Bras Farm Hosp Serv Saúde. 2018;8(4):25-30. doi: 10.30968/rbfhss.2017.084.005

Araújo DD, Leal MM, Santos EJV, et al. Consumption of medicines in high-risk pregnancy: evaluation of determinants related to the use of prescription drugs and self-medication. Braz J Pharm Sci. 2013;49:491–9. doi: 10.1590/S1984-82502013000300010

Pereira G, Surita FG, Ferracini AC, et al. Self-Medication Among Pregnant Women: Prevalence and Associated Factors. Front Pharmacol. 2021;12:659503. doi:10.3389/fphar.2021.659503

Perini E, Magalhães SM, Noronha V. Consumo de medicamentos no período de internação para o parto. Rev Saude Publica. 2005;39(3):358-365. doi:10.1590/s0034-89102005000300005

Silveira MPT, Miranda VIA, Silveira MFD, et al. Drug use in delivery hospitalization: Pelotas births cohort, 2015. Rev Saude Publica. 2019;53:51. doi:10.11606/S1518-8787.2019053000913

Burkey BW, Holmes AP. Evaluating medication use in pregnancy and lactation: what every pharmacist should know. J Pediatr Pharmacol Ther. 2013;18(3):247-258. doi:10.5863/1551-6776-18.3.247

Leal LF, Grandi SM, Miranda VIA, et al. Hypertensive Disorders of Pregnancy and Medication Use in the 2015 Pelotas (Brazil) Birth Cohort Study. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(22):8541. doi:10.3390/ijerph17228541

Cavalcante NCN, Simões VMF, Ribeiro MRC, et al. Maternal socioeconomic factors and adverse perinatal outcomes in two birth cohorts, 1997/98 and 2010, in São Luís, Brazil. Rev Bras Epidemiol. 2017;20(4):676-687. doi:10.1590/1980-5497201700040010

Aquino PTD, Souto BGA. High risk gestational problems common in primary care. Rev Médica Minas Gerais. 2015;v(25):568–76. doi: 10.5935/2238-3182.20150124

Coelho R, Mrejen M, Remédios J, et al. Desigualdades raciais na saúde: cuidados pré-natais e mortalidade materna no Brasil, 2014–2020. São Paulo: Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS);2022.

Tavella RA, DE Abreu VOM, Muccillo-Baisch AL, et al. Prevalence of Illicit Drug Use During Pregnancy: A Global Perspective. An Acad Bras Cienc. 2020;92(4):e20200302. doi:10.1590/0001-3765202020200302

Nelson HD, Darney BG, Ahrens K, et al. Associations of Unintended Pregnancy With Maternal and Infant Health Outcomes: A Systematic Review and Meta-analysis. JAMA. 2022;328(17):1714-1729. doi:10.1001/jama.2022.19097

Say L, Chou D, Gemmill A, et al. Global causes of maternal death: a WHO systematic analysis. Lancet Glob Health. 2014;2(6):e323-e333. doi:10.1016/S2214-109X(14)70227-X

Ives CW, Sinkey R, Rajapreyar I, et al. Preeclampsia-Pathophysiology and Clinical Presentations: JACC State-ofthe-Art Review. J Am Coll Cardiol. 2020;76(14):1690-1702. doi:10.1016/j.jacc.2020.08.014

Duley L, Henderson-Smart DJ, Meher S, et al. Antiplatelet agents for preventing pre-eclampsia and its complications. Cochrane Database Syst Rev. 2007;(2):CD004659. doi:10.1002/14651858.CD004659.pub2

Freitas ICS, Hintz MC, Orth LC, et al. Comparison of Maternal and Fetal Outcomes in Parturients With and Without a Diagnosis of Gestational Diabetes. Comparação de desfechos maternos e fetais entre parturientes com e sem o diagnóstico de diabetes gestacional. Rev Bras Ginecol Obstet. 2019;41(11):647-653. doi:10.1055/s-0039-1696947

Guedes HM, Sousa AA, Barbosa BR, et al. Gestação de alto risco: perfil epidemiológico e fatores associados com o encaminhamento para serviço especializado. Rev Enferm Cent-Oeste Min. 2022;v(12):4219. doi:10.19175/recom.v12i0.4219

Nagai MM, Ayres LR, Zanetti MOB, et al. Gestação de alto risco: caracterização do perfil de utilização de medicamentos e associação com fatores clínicos e sociodemográficos. Rev Bras Saúde Materno Infant. 2022;v(22):619–29. doi: 10.1590/1806-9304202200030010

Basso NADS, Costa RAA, Magalhães CG, et al. Insulinoterapia, controle glicêmico materno e prognóstico perinatal: diferença entre o diabetes gestacional e o clínico. Rev Bras Ginecol E Obstetrícia. 2007;29(5). doi: 10.1590/S0100-72032007000500006

Ramos VM, Figueiredo EN, Succi RC. Barriers to control syphilis and HIV vertical transmission in the health care system in the city of Sao Paulo. Rev Bras Epidemiol. 2014;17(4):887-898. doi:10.1590/1809-4503201400040008

Moraes AP, Barreto SM, Passos VM, et al. Incidence and main causes of severe maternal morbidity in São Luís, Maranhão, Brazil: a longitudinal study. Sao Paulo Med J. 2011;129(3):146-152. doi:10.1590/s1516-31802011000300005

Leal MDC, Bittencourt SA, Esteves-Pereira AP, et al. Progress in childbirth care in Brazil: preliminary results of two evaluation studies. Avanços na assistência ao parto no Brasil: resultados preliminares de dois estudos avaliativos. Cad Saude Publica. 2019;35(7):e00223018. doi:10.1590/0102-311X00223018

Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção da Transmissão Vertical do HIV, Sífilis e Hepatites Virais. Brasília: Ministério da Saúde;2022.

Downloads

Publicado

2025-09-25

Como Citar

1.
LOCATELLI DL, AYOUB DA, PEREIRA LR, DAL-PIZZOL TS. Perfil de gestantes de alto risco e prescrição de medicamentos no pré-natal, internação para o parto e pós-parto. J Hosp Pharm Health Serv [Internet]. 25º de setembro de 2025 [citado 14º de outubro de 2025];16(3):e1356. Disponível em: https://jhphs.org/sbrafh/article/view/1356

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)