Programa de reconciliação de medicamentos e revisão da farmacoterapia conduzido por farmacêutico em enfermaria pediátrica
DOI:
https://doi.org/10.30968/jhphs.2025.164.1313Resumo
Objetivo: Determinar os tipos de discrepâncias medicamentosas em diferentes momentos da transição de cuidado (admissão, transferência e alta) e problemas relacionados a medicamentos em pacientes pediátricos hospitalizados. Métodos: Este estudo observacional foi realizado de abril a agosto de 2019 com pacientes pediátricos internados em um hospital universitário em Minas Gerais, Brasil. Os pacientes incluídos tinham idade entre 28 dias e 12 anos, e seus responsáveis foram entrevistados nas primeiras 48 horas após a admissão. Com base na reconciliação medicamentosa, discrepâncias intencionais e não intencionais foram avaliadas em todas as transições de cuidado, e a revisão farmacoterapêutica foi realizada de acordo com as diretrizes da Pharmaceutical Care Network Europe para identificar problemas relacionados a medicamentos. Os dados foram analisados usando o software SPSS. Foi realizada uma análise descritiva dos desfechos e demais variáveis, apresentando a frequência e o percentual das variáveis qualitativas, bem como a mediana das variáveis quantitativas. O teste qui-quadrado de Pearson foi realizado para associação das variáveis, com nível de significância de 95%. Resultados: Foram incluídos 69 pacientes. A maioria era do sexo masculino (55,1%; n = 38), com mediana de idade de 3 anos (variação de 0 a 12 anos). Foram identificadas 399 discrepâncias de medicamentos, sendo a transferência do pronto-socorro para o atendimento hospitalar a interface com maior taxa de discrepâncias intencionais não documentadas (10,0%; p = 0,001). Discrepâncias não intencionais foram mais frequentes durante a transição do domicílio para o pronto-socorro (13,3%; p = 0,001). Em relação à revisão da farmacoterapia, foram identificados 185 problemas relacionados a medicamentos em 79,7% dos pacientes, sendo 65,3% relacionados à segurança do tratamento. Em relação às transições de cuidado e hospitalização, 40,6% dos pacientes apresentaram discrepâncias medicamentosas não intencionais e problemas relacionados a medicamentos. Conclusão: A revisão farmacoterapêutica integrada com reconciliação medicamentosa pode ser eficaz na redução de danos, na promoção da segurança do tratamento e na otimização farmacoterapia.
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