Fatores que interferem na qualidade do tratamento com varfarina em pacientes com fibrilação atrial no contexto do mundo real
DOI:
https://doi.org/10.30968/jhphs.2025.162.1308Resumo
Objetivo: Caracterizar pacientes com fibrilação atrial (FA) atendidos em uma clínica de anticoagulação no Brasil que utilizam varfarina e identificar fatores associados à qualidade da anticoagulação oral, mensurada pelo Time in Therapeutic Range (TTR). Métodos: Estudo transversal realizado entre abril e julho de 2019, com pacientes com FA em uso de varfarina em acompanhamento ambulatorial. Foram aplicados o Mini-Mental State Examination (MMSE), o Short Assessment of Health Literacy for Portuguese-speaking Adults (SAHLPA-18) e o Oral Anticoagulation Knowledge (OAK) Test. O TTR foi calculado a partir da Relação Normatizada Internacional (RNI), sendo considerado adequado quando ≥60. A complexidade da farmacoterapia foi avaliada pelo Medication Regimen Complexity Index (MRCI). Os dados foram analisados por meio de testes de comparação de médias (t de Student), frequência (Qui-quadrado e teste exato de Fisher) e regressão logística para cálculo do odds ratio. Resultados: A média de idade dos 82 pacientes foi de 66,77 ± 9,54 anos, com predominância do sexo masculino (52,44%). A maioria apresentava baixo letramento em saúde (75,58%) e 37,21% utilizavam farmacoterapias de alta complexidade. O sexo feminino e a complexidade da farmacoterapia foram significativamente associados a TTR < 60% (p < 0,05). Conclusão: O controle da anticoagulação oral com varfarina pode ser influenciado por características como sexo e complexidade terapêutica. Intervenções direcionadas, como acompanhamento farmacoterapêutico intensivo e estratégias educativas, podem favorecer a eficácia terapêutica em pacientes com FA.
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