Análise transversal dos problemas relacionados a medicamentos em uma unidade de terapia intensiva
o que eles dizem sobre a atuação do farmacêutico clínico?
DOI:
https://doi.org/10.30968/jhphs.2025.163.1295Resumo
Objetivo: analisar a evolução do perfil de problemas relacionados a medicamentos (PRMs) identificados por farmacêuticos clínicos em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a partir da implementação de serviços clínicos providos por farmacêuticos na unidade. Métodos: Estudo transversal, focado na análise dos registros de PRMs que necessitaram de intervenções farmacêuticas em uma UTI adulto de um hospital terciário de ensino da região Sul do Brasil, em dois períodos distintos: de julho de 2019 a abril de 2020 (período A), e de abril a outubro de 2024 (período B). A análise incluiu a descrição das características dos PRMs, categorias farmacológicas envolvidas e aceitação das intervenções farmacêuticas. Resultados: durante o período A, foram identificados 239,5 PRM/1000 pacientes-dia, enquanto no período B, foram registrados 425,6 PRM/1000 pacientes-dia, com uma tendência de aumento na identificação de problemas potenciais. Os principais PRMs no período A estavam relacionados à efetividade (61,8%), enquanto no período B houve uma diversificação, com maior representação de problemas classificados como “outros” (38,5%), incluindo tratamento desnecessário. As causas de PRMs mais frequentes incluíram seleção de medicamentos e dose, com possível aumento de problemas relacionados à duração do tratamento no período B. Quanto às intervenções farmacêuticas, a maioria ocorreu em nível do medicamento (94,0% no período B, em comparação com 53,6% no período A) e apresentou boa taxa de aceitação pela equipe multidisciplinar (92,2% no período A e 97,0% no período B). Conclusão: esses resultados refletiram a consolidação do cuidado farmacêutico como ferramenta essencial para a segurança e efetividade das terapias medicamentosas, evidenciando o papel positivo da atuação farmacêutica na UTI ao longo dos anos.
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