Satisfação com farmácias comunitárias no Brasil durante a pandemia de Covid-19
DOI:
https://doi.org/10.30968/jhphs.2025.163.1267Resumo
Objetivo: Avaliar a satisfação dos usuários e a frequência de utilização das farmácias comunitárias durante a pandemia de Covid-19, destacando o seu papel estratégico na promoção da saúde pública. Métodos: Estudo epidemiológico transversal foi realizado em Alegre, Espírito Santo, durante os meses de novembro e dezembro de 2021. Para avaliar o nível de satisfação com a utilização das farmácias comunitárias, foi aplicada uma escala visual analógica (EVA), considerando valores de 0 (totalmente insatisfeito) a 10 (totalmente satisfeito). A satisfação foi analisada tanto como uma variável contínua quanto categórica, considerando-se escores de EVA ≥ 7,0 como o ponto de corte para satisfação e ≥ 9,0 para satisfação muito elevada. Uma análise de regressão Tobit foi utilizada para identificar fatores associados à satisfação com as farmácias comunitárias. Resultados: Foram entrevistados 697 participantes, dos quais 86,9% utilizavam farmácias comunitárias privadas. O nível de satisfação foi elevado, com nota média de 9,43 (Desvio Padrão = 1,10). Quando categorizados, 96,0% dos participantes relataram satisfação com os serviços da farmácia comunitária (EVA ≥ 7,0), sendo 80,2% classificados como muito satisfeitos (EVA ≥ 9,0). Os fatores associados à maior satisfação incluíram indivíduos com 60 anos ou mais, mulheres e aqueles com menor escolaridade. Conclusão: Os resultados revelaram um nível notavelmente alto de satisfação entre os usuários dos serviços de farmácias comunitárias em meio à pandemia de Covid-19. A confiança depositada nestes serviços reflete a sua importância como recurso acessível e fiável para a população, especialmente em tempos de crise.
Downloads
Referências
Prado NM, Carvalho VN, Nunes FG, et al. Análise da produção científica sobre os serviços farmacêuticos comunitários no enfrentamento da pandemia pelo coronavírus. Saúde em Debate. 2021;45(129):533–547. doi:10.1590/0103-1104202112921.
Bobbins AC, Burton S, Fogarty TL. Different models of pharmaceutical services and care in primary healthcare clinics in the Eastern Cape, South Africa: Challenges and opportunities for pharmacy practice. Afr J Prim Health Care Fam Med. 2020;12(1):e1-e11. doi:10.4102/phcfm.v12i1.2323
Song HJ, Dennis S, Levesque JF, et al. How to implement patient experience surveys and use their findings for service improvement: a qualitative expert consultation study in Australian general practice. Integr Healthc J. 2020;2(1):e000033. doi:10.1136/ihj-2019-000033.
Andrzejewska M, Religioni U, Piątkiewicz P, et al. Public Perception of Pharmacists in Poland. Int J Environ Res Public Health. 2022;19(5):2515. doi:10.3390/ijerph19052515
Alturki M, Khan TM. A study investigating the level of satisfaction with the health services provided by the Pharmacist at ENT hospital, Eastern Region Alahsah, Kingdom of Saudi Arabia. Saudi Pharm J. 2013;21(3):255-260. doi:10.1016/j.jsps.2012.09.001
Silva LM, Formigli VL. Avaliação em saúde: limites e perspectivas. Cad Saude Publica. 1994;10(1):80-91. doi:10.1590/s0102-311x1994000100009
Soeiro OM, Tavares NUL, Nascimento JMD, et al. Patient satisfaction with pharmaceutical services in Brazilian primary health care. Rev Saude Publica. 2017;51(suppl 2):21s. doi:10.11606/S1518-8787.2017051007145
Cadogan CA, Hughes CM. On the frontline against COVID-19: Community pharmacists’ contribution during a public health crisis. Res Social Adm Pharm. 2021;17(1):2032-2035. doi:10.1016/j.sapharm.2020.03.015
Bahlol M, Dewey RS. Pandemic preparedness of community pharmacies for COVID-19. Res Social Adm Pharm. 2021;17(1):1888-1896. doi:10.1016/j.sapharm.2020.05.009
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010. Available in: https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?-dados=29&uf=32. Accessed on 15 Jun 2025.
Charan J, Biswas T. How to calculate sample size for different study designs in medical research?. Indian J Psychol Med. 2013;35(2):121-126. doi:10.4103/0253-7176.116232
Voutilainen A, Pitkäaho T, Kvist T, Vehviläinen-Julkunen K. How to ask about patient satisfaction? The visual analogue scale is less vulnerable to confounding factors and ceiling effect than a symmetric Likert scale. J Adv Nurs. 2016;72(4):946-957. doi:10.1111/jan.12875
Singer AJ, Thode HC Jr. Determination of the minimal clinically significant difference on a patient visual analog satisfaction scale. Acad Emerg Med. 1998;5(10):1007-1011. doi:10.1111/j.1553-2712.1998.tb02781.x
Langkamp DL, Lehman A, Lemeshow S. Techniques for handling missing data in secondary analyses of large surveys. Acad Pediatr. 2010;10(3):205-210. doi:10.1016/j.acap.2010.01.005
World Medical Association. World Medical Association Declaration of Helsinki: ethical principles for medical research involving human subjects. JAMA. 2013;310(20):2191-2194. doi:10.1001/jama.2013.281053
Valliant SN, Burbage SC, Pathak S, Urick BY. Pharmacists as accessible health care providers: quantifying the opportunity. J Manag Care Spec Pharm. 2022;28(1):85-90. doi:10.18553/jmcp.2022.28.1.85
Mattos LV, Silva RMD, Silva FDRPD, Luiza VL. Das farmácias comunitárias às grandes redes: provisão privada de medicamentos, sistema de saúde e financeirização no varejo farmacêutico brasileiro. Cad Saude Publica. 2022;38Suppl 2(Suppl 2):e00085420. doi:10.1590/0102-311X00085420
Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa. Guia 2022 Interfarma. Interfarma;2022. Available in: https://www.interfarma.org.br/wp-content/uploads/2022/08/Guia-Interfarma-2022.pdf. Accessed on 15 Jun 2025.
Policarpo V, Romano S, António JHC, et al. A new model for pharmacies? Insights from a quantitative study regarding the public’s perceptions. BMC Health Services Research. 2019;V(19)186. doi:10.1186/s12913-019-3987-3
Organização Mundial da Saúde. Serviços essenciais de saúde enfrentam interrupções contínuas durante pandemia de Covid-19. Available in: https://www.paho.org/pt/noticias/7-2-2022-servicos-essenciais-saude-enfrentam-interrupcoescontinuas-durante-pandemia-covid. Accessed on 15 Jun 2025.
Bazoni PS, Faria RJ, Cordeiro FJR, et al. Self-Medication during the COVID-19 Pandemic in Brazil: Findings and Implications to Promote the Rational Use of Medicines. Int J Environ Res Public Health. 2023;20(12):6143. doi:10.3390/ijerph20126143
Mehralian G, Rangchian M, Rasekh HR. Client priorities and satisfaction with community pharmacies: the situation in Tehran. Int J Clin Pharm. 2014;36(4):707-715. doi:10.1007/s11096-014-9928-7.
Kalita A, Bose B, Woskie L, et al. Private pharmacies as healthcare providers in Odisha, India: analysis and implications for universal health coverage. BMJ Glob Health. 2023;8(Suppl 5):e008903. doi:10.1136/bmjgh-2022-008903.
Fernandes BD, Freitas RR de, Melchiors AC, et al. Satisfação dos usuários com serviços da farmácia comunitária: uma abordagem espacial. Revista de Atenção à Saúde. 2020;17(62). doi:10.13037/ras.vol17n62.6107.
Ayele Y, Hawulte B, Feto T, et al. Assessment of patient satisfaction with pharmacy service and associated factors in public hospitals, Eastern Ethiopia. SAGE Open Med. 2020;8:2050312120922659. doi:10.1177/2050312120922659
Al Zaidan M, Mohammed AM, Ibrahim MI, et al. Pharmaceutical Care Service at Primary Health Care Centers: An Insight on Patient Satisfaction. Int J Clin Pract. 2022;2022:6170062. doi:10.1155/2022/6170062
Bonadiman RL, Bonadiman SL, Silva DA da. Avaliação da adesão ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso de pacientes hipertensos atendidos no PSF Guaritá, Itaperuna-RJ. Acta Biomedica Brasiliensia. 2012;V(3):73–84.
Bonadiman RL, Santanna AF, Brasil GA, et al. Nível de satisfação dos usuários e verificação do conhecimento dos farmacêuticos em farmácias públicas do Espírito Santo, Brasil. ien Saude Colet. 2018;23(2):627-638. doi:10.1590/1413-81232018232.03462016
Santos GM, Moura FQ, Silva CM. Satisfação dos usuários atendidos pela farmácia básica do SUS no município de Agudo – RS. Revista de Gestão em Sistemas de Saúde. 2019;8(1):26–35. doi:10.5585/rgss.v8i1.13676.
El-Kholy AA, Abdelaal K, Alqhtani H, et al. Publics’ Perceptions of Community Pharmacists and Satisfaction with Pharmacy Services in Al-Madinah City, Saudi Arabia: A Cross Sectional Study. Medicina (Kaunas). 2022;58(3):432. doi:10.3390/medicina58030432.
Davis RE, Couper MP, Janz NK, et al. Interviewer effects in public health surveys. Health Educ Res. 2010;25(1):14-26. doi:10.1093/her/cyp046
Ayalew MB, Taye K, Asfaw D, et al. Patients’/Clients’ Expectation Toward and Satisfaction from Pharmacy Services. J Res Pharm Pract. 2017;6(1):21-26. doi:10.4103/2279-042X.200995
Mat Din H, Raja Adnan RNE, Kadir Shahar H, et al. Associated Factors in Patient Satisfaction among Older Persons Attending Primary Health Facilities in Sepang, Malaysia. Malays J Med Sci. 2024;31(1):172-180. doi:10.21315/mjms2024.31.1.15
Costa KS, Zaccolo AV, Tavares NUL, et al. User evaluation of public pharmacy services in Brazil. Avaliação dos usuários sobre as farmácias públicas no Brasil. Cien Saude Colet. 2020;25(8):3163-3174. doi:10.1590/1413-81232020258.00202018
Bîrsan M, Focșa AV, Cristofor AC, et al. Healthcare Service Quality Evaluated Using the Degree of Satisfaction of Patients in Romanian Community Pharmacies. Healthcare (Basel). 2023;11(23):3038. doi:10.3390/healthcare11233038
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Autores

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores transferem, atribuem ou transmitem à JHPHS: (1) o direito de conceder permissão para republicar ou reimprimir o material indicado, no todo ou em parte, sem taxa; (2) o direito de imprimir cópias republicadas para distribuição gratuita ou venda; e (3) o direito de republicar o material indicado em qualquer formato (eletrônico ou impresso). Além disso, o abaixo assinado afirma que o artigo descrito acima não foi publicado anteriormente, no todo ou em parte, não está sujeito a direitos autorais ou outros direitos, exceto pelo (s) autor (es), e não foi enviado para publicação em outros lugares, exceto como comunicado por escrito para JHPHS neste documento.
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença de atribuição Creative Commons Attribution (CC-BY) que permite que outros compartilhem o trabalho com um reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Politica de Auto-arquivamento
Autores tem permissão e são encorajados a submeter o documento final em pdf dos artigos a páginas pessoais ou portais institucionais, após sua publicação neste periódico (sempre oferecendo a referência bibliográfica do item).