Caracterização das recomendações farmacêuticas no gerenciamento de fluidos ocultos obrigatórios em pacientes críticos
DOI:
https://doi.org/10.30968/jhphs.2025.163.1252Resumo
Objetivo: O presente estudo objetivou caracterizar as recomendações farmacêuticas (RF) voltadas ao gerenciamento de fluidos ocultos obrigatórios em pacientes críticos. Métodos: Estudo de caráter observacional, descritivo e transversal desenvolvido em um hospital universitário no período de abril a dezembro de 2024. Caracterizaram-se as RF relacionadas ao gerenciamento de fluidos ocultos obrigatórios realizadas na unidade analisada no período entre janeiro de 2023 e junho de 2024. Descreveu-se o perfil demográfico dos pacientes alvo das RF, bem como os principais grupos de medicamentos envolvidos e volume de fluidos ocultos obrigatórios economizados. Os dados foram coletados a partir do banco de dados de RF da unidade de farmácia clínica da instituição, sendo posteriormente analisados através de medidas descritivas, onde as variáveis numéricas foram apresentadas como média e desvio-padrão e as variáveis categóricas foram expostas como frequência. O projeto foi desenvolvido obedecendo integralmente os princípios éticos estabelecidos na resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Resultados: A amostra foi composta por 90 pacientes, com predominância de homens com idade média de 59,77 anos. Realizou-se 5112 RF, sendo 163 (3,19%) relacionadas a gerenciamento de fluidos ocultos obrigatórios, representando uma média de 1,81 RF por paciente. O principal grupo de fármacos envolvido nas recomendações foram os anti-infecciosos para uso sistêmico (61,35%), sendo também o grupo de fármacos que obteve a maior quantidade de volume poupado (53,81%). Um total de 150, 584 L de líquidos teve sua administração evitada através da realização das RF relacionadas ao gerenciamento de fluidos, representando uma economia de 1,655 L por paciente. Conclusão: Os achados demonstram o potencial que o farmacêutico possui no gerenciamento de fluidos ocultos obrigatórios em pacientes críticos, uma vez que suas recomendações auxiliam na prevenção de uma sobrecarga hídrica desnecessária que poderia levar a desfechos desfavoráveis nesse grupo de indivíduos.
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